quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Ambulatório CCS Vila Dalva - encerramento.

A vida foi acontecendo e fui deixando pra outra e pra outra semana os relatos do ambulatório. Eles aconteceram semanalmente desde que voltamos das férias de julho! Com todas as senhas esgotadas todas as terças em agosto e setembro. O pessoal do CCS pintou as paredes com a tinta do financiamento e colocamos um porta nova na entrada (a porta de antes não fechava, não tinha trança e tinha um vão na parte de baixo). Íamos aos poucos fazendo melhorias. Dia 1 de outubro foi nosso último ambulatório. Nas duas semanas seguintes, dia 8 e 15 eu não pude ir (até agora estávamos funcionando sem pular nenhuma semana) e eu já estava pensando que o ambulatório precisava de outros acupunturistas pra acontecer sem furos. Na outra semana Jhonny e Mahu vieram conversar, avisar que estavam saindo da ocupação, que iriam se mudar e provavelmente ninguém ficaria ali no lugar deles tocando o CCS. Aconteceu um incidente, invadiram o CCS, serraram o cadeado da frente e arrombaram e quebraram a porta que tínhamos acabado de instalar. Acho que isso foi o que bastou para o fim desse ciclo por lá. É provável que Mahu, Jhonny deem continuidade ao que estavam fazendo na Vila Dalva (atividades culturais, roda de conversa, conscientização da comunidade, cursos...) agora dentro da casa deles, mas aberto a comunidade. Faz menos de dois meses que encerramos nosso ambulatório no CCS. Levamos o material, macas e agulhas para outro centro cultural, o Centro Cultural Butantã. Lá também é um espaço independente, uma iniciativa do Jaime, meu companheiro que toda terça estava comigo lá na Vila Dalva. O CCB é um lugar que promove cultura brasileira, promove educação por meio das mais diversas oficinas a preços populares. Não estamos mais numa região tão periférica quanto na Vila Dalva. Mas penso que podemos abrir um ambulatório popular no CCB. Talvez aqui seja necessário sugerir um valor de contribuição, o que não tínhamos no CCS, para remunerar o acupunturista do dia. O que vejo como um desafio agora, é como fazer com que o projeto se auto sustente e não seja somente uma intervenção pontual. Como educamos para que as pessoas tenham mais autonomia e poder sobre nossa própria saúde. Pensando nisso, abrimos um workshop de 4 terças feiras no CCB. Esse curso é para acupunturistas. Mas estamos com a ideia de pensar algum formato onde no próprio ambulatório a gente consiga passar algum conhecimento para os pacientes poderem se cuidar em casa. Cuidar de outras pessoas tbm e até ensinar outras pessoas. O CCB é um lugar que tbm corre risco de fechar, porque todo mês ele fecha no vermelho. Estar lá, dar cursos lá, é um jeito tbm de contribuir com o espaço. Todo o dinheiro do curso de novembro foi para o espaço. É uma possibilidade me juntar novamente ao pessoal do CCS da Vila Dalva nesse novo contexto, na casa deles, em um outro bairro. Mas por enquanto pensei em levar nosso ambulatório com macas e agulhas que ainda restam do ambulatório do CCS para o ccb e pensar em jeitos do projeto se auto-sustentar financeiramente. Nosso último dia foi o ambulatório #36, dia 1 de outubro. Completamos quase 1 ano de projeto. Nossa primeira conversa acho que foi em 2017, em outubro de 2018 decidimos que iriamos começar, e dia 9 de novembro foi nosso primeiro atendimento! Deixo algumas fotos aqui do segundo semestre desse ano. Obrigada CCS, Jhonny, Mahu, Jaime, Vini, e obrigada todos que passaram por lá. Todos os pacientes, muito obrigada pela confiança meu Deus. Valeu super todo mundo que deu grana pro financiamento coletivo, foi um ano de atendimento na favela da Vila Dalva! A demanda era sempre maior do que conseguíamos dar conta de atender. Valeu Carina, Andreia, Alberto, Jimmy, Toshio, Izumi, que foram os profissionais que colaram pra nos ajudar (os dois últimos vieram diretamente do Japão!). Obrigada pelo alimento, por ter sido nutrida por esse trabalho, obrigada pelo aprendizado <3.





quarta-feira, 3 de julho de 2019

Ambulatório #29 - 2/7/2019



Hoje é férias escolares e meu filho está de férias. Trouxe ele comigo no ambulatório e fico mais tensa, não consigo me concentrar como eu gosto no trabalho, mas deu tudo certo. Ele brincou um pouco com Tupã. Mas ficava entrando toda hora na sala, subindo em mim enquanto conversava com os pacientes no salão. É gostoso por um lado, mas prefiro sem ele por aqui.

Acho q tenho falta de experiência em como lidar com crianças. O filho é meu, eu sou a principal cuidadora, a pessoa responsável por ele desde que nasceu. O pai dele faleceu quando ele tinha 1 ano e meio. Minha família me ajuda com os cuidados. Mas antes dele, eu não tinha experiência nenhuma em como lidar com as crianças. Parece que eu nem sabia que criança dava trabalho antes de ser mãe. Eu nem sabia q ser mãe dava trabalho antes de ser mãe.

Pensando aqui que eu gostaria de ter tido mais oportunidades de aprendizado durante minha vida antes de ser mãe. Pra lidar com as crianças em ambientes diversos.

As pessoas que eram pacientes no ambulatório não demonstraram muita surpresa, nem achei que alguém fez cara feia. Parecia q ele foi acolhido. Em um momento acho q Jhonny brincou com as crianças lá fora e em outro Jaime levou ele pra olhar e conhecer um pouco o bairro. 

Foi eu que achei q poderia trabalhar melhor sem a criança. Acho que existe muita gente q está acostumado com isso, com não trabalhar melhor por estar com crianças, e pessoas que olham torto quando as crianças entram nos espaços de trabalho.

Tenho vontade de aprender a conviver mais com crianças em espaços diversos, mas me questiono se um ambulatório de acupuntura que mexe com agulhas é o melhor laboratório.

Escolhi que não, e como não consegui em um tempo hábil, nenhum acupunturista pra me cobrir, decidimos não abrir o ambulatório nas próximas semanas de julho! Deixamos um aviso que o ambulatório volta a funcionar na primeira terça de agosto.

Atendi 7 pessoas ( que é o número máximo de senhas). Algumas pessoas ficaram sem atendimento. E estou com isso aqui em mente pra pensar o q fazer a respeito.

Arrecadamos 45 reais.

E continuo, aos poucos, sem gastar mais energia do que tenho disponível, a procurar acupunturistas que queiram somar no nosso projeto.



terça-feira, 25 de junho de 2019

Ambulatório #27 - dia 25 de junho de 2019

Hoje tiveram umas 4 ou 5 pessoas que vieram pela primeira vez no ambulatório.
O que me deixa feliz e ao mesmo tempo apreensiva se vai ter vaga pra todo mundo q está em tratamento. Queria que todo mundo pudesse fazer toda semana!

Às vezes são questões que não vão ser resolvidas com 3 sessões. Às vezes nem com 10, mas é possível propiciar um alívio e um poder de ação maior pras pessoas.

Tem casos q aquela queixa não volta nunca mais depois de uma sessão, mas na maioria das vezes a gente precisa de mais sessões.


Estou me perguntando como medir os resultados a longo prazo, e como mudar as coisas que nos adoecem também, que não são somente como nós nos tratamos individualmente, mas passam por como são nossas relações familiares, de amizade, de trabalho, e como mudar também a forma como o mundo está configurado, porque certamente, esse jeito, não cuida da saúde de muita gente.

Enfim, parece uma missão impossível, traquear o que fazer para mudar nossa saúde de um jeito tão amplo. Mas quero ficar com essa dúvida em mente, vamos ver se sai alguma ideia do que fazer aqui no ambulatório.

Na verdade hoje o Jaime me ajudou a perguntar pras pessoas sobre os benefícios da acupuntura aqui, o que elas conseguem fazer que não conseguiam antes e sondar possíveis sonhos de como que a gente gostaria de cuidar da saúde.

Atendemos 10 pessoas e arrecadamos 47 reais.
Jhonny e Mahu colocaram 2 lâmpadas na sala!!!!

Essa era uma questão, como agora é outono/inverno, no final da tarde a luz já ia diminuindo e a sala não tinha tanta luz. Agora tem!



Vamos fazendo as melhorias no espaço aos poucos, no ritmo do que dá pra fazer!


Ainda temos uma parte da grana do financiamento coletivo para pintar as paredes da sala.
Foi também um dia mais barulhento, crianças ficaram jogando bola uma hora na parte da frente do CCS. É bom que elas sempre se mostram curiosas sobre o assunto, muitas vezes pergunto se elas querem experimentar para ver que não dói como elas dizem imaginar.
Hoje teve um menino que topou, ele disse que tinha dores na coxa quando corria, e deixei por três minutinhos uma agulha no braço. :)

E o dinheiro que arrecadamos na cesta de contribuições está guardado por ora.


Hoje quem ficou lá conosco foi Mahu, e Jaime foi junto e quis aprender sobre acupuntura.

Enquanto atendia falamos sobre o porque da escolha de cada ponto.

terça-feira, 18 de junho de 2019

Ambulatório #26 - dia 18 de junho de 2019

Hoje o ambulatório foi super organizado!!!! Estou feliz por isso, dá uma tranquilidade quando funciona bem. Acho que as pessoas sabem mais o q esperar e acontece o q elas foram informadas q ia rolar. E eu tbm fico contente de saber que estou conseguindo cumprir com o que falei q ia acontecer. Consegui atender todo mundo na ordem das senhas, isso tem uma importância pra mim, de querer ser justa, de cuidar tbm do tempo que me disponho pra realizar os atendimentos.

To muito feliz que todas as senhas foram retiradas. E que ao invés de esticar e atender uma pessoa a mais no final da fila. Eu atendi uma pessoa no começo da fila sem senha. Então não fica aquela coisa de no final ter que decidir se dá ou não dá tempo de um último paciente.

Tem uma pena de pensar que algumas pessoas podem ter ficado sem atendimento. Mas por enquanto é isso.
Querendo olhar pra que passinho podemos dar pra melhorar mais o ambulatório :)

Hoje 3 acupunturistas falaram que viriam pra conhecer, ajudar... mas os três por motivos diversos não compareceram.

Atendemos hoje 8 pessoas e arrecadamos 45 reais!

Quando chegamos, eu e o Jaime a Yasmin já estava aqui e nos recebeu. Isso tbm é bom! Ter alguém aqui pra abrir o espaço e ficar por aqui com a gente.
Uma hora ela fechou o portão por conta de um cachorro e nessa hora já não tinha mais senhas. Acho q isso ajudou as coisas ficarem mais calmas aqui dentro tbm!

Ambulatório #25 - 11/6/2019

Hoje foi um dia super cheio!
Chegamos mais cedo, eu e Jaime. Mahu chegou logo em seguida pra abrir o espaço.
As senhas acabaram super rápido. Mahu deu a senha dela para uma senhora e topei atender mais uma pessoa pq chegamos cedo.

Andreia, acupunturista q achou nosso trabalho no Instagram falou que iria hoje e foi!!! Chegou mais tarde, mas porque ela estava lá conseguimos atender mais duas pessoas.

No final eu topei atender mais uma pessoa e Andreia tbm. 

São 7 senhas, hoje atendemos 12 pessoas. Não sei como aconteceu isso porque terminamos na hora as 17h e pouquinho!

Recebemos 77 reais de contribuições em reais.

Enfim, animada que falamos sobre orçamento de luzes, porta, pintura das paredes... tudo rolando...

Animada que a Andreia venha toda semana! Isso da mais segurança, me sinto mais tranquila com outro acupunturista junto.

Falamos sobre um panfletinho falando sobre o espaço CCS. O que ele é, história e atividades...

Pensando q vou colocar mais um horário nas senhas, porque tem dado pra atender uma pessoa a mais sempre. E aí ser mais firme no acabou acabou. Estou pensando sobre isso, pra não ficar uma bagunça. Achei que o lance das senhas hj ficou bagunçado. 

terça-feira, 4 de junho de 2019

Ambulatório #24 - dia 4 de junho

Hoje atendemos uma pessoa a mais do que o número de senhas disponíveis e teve uma pessoa q não conseguiu ser atendida.



O tempo está frio e fico pensando em como cuidar do conforto das pessoas que chegam pra fazer acupuntura.
Essa questão do frio acho importante. Porque com frio não da pra relaxar, sem relaxamento é difícil o corpo se reorganizar pra reestabelecer a saúde.

Muita gente é da região, passa sempre na frente do CCS e não sabe o que acontece nesse espaço. Tô pensando alto aqui que seria bom eu ter alguma resposta rápida e pronta que dê minimamente conta de explicar o que é o CCS.

Arrecadamos 37 reais de contribuição hoje.


sexta-feira, 24 de maio de 2019

Ambulatório #22

Terça passada fiquei bem feliz com o ambulatório.
Chegamos, eu e Jaime e a Yasmim já estava no CCS e nos recebeu.
Chegamos mais cedo. Já tinha gente querendo pegar senha.
Arrumamos tudo rápido. Estava um dia silencioso.
Atendemos mais pessoas do que o número de senhas, deu tempo porque começamos um pouco antes e os atendimentos foram fluindo.
Ficamos sabendo que uma pessoa que estava passando na acupuntura foi internada com dengue. É bom saber dos outros, bom que os amigos sabem da gente e bom quando ouço falar sobre alguém que eu não saberia.
Eu gosto quando as pessoas q vão fazer acupuntura são amigas entre si, gosto tbm quando as pessoas vão se reconhecendo por se verem no ambulatório. Participar de relações humanas é sempre prazeroso e importante pra eu me sentir mais gente tbm.
Celebro muito ter sempre gente nova (pela primeira vez) e gente que se repete.
Isso pra mim quer dizer que o trabalho está fazendo sentido pros q voltam e que pode chegar em mais gente com a vinda de novas pessoas :)

Alguns pacientes falam que iam lá na acupuntura do Rio Pequeno. Perguntei do que se tratava, se era uma ubs, ou o que. Uma paciente contou que é uma iniciativa de dois médicos que fazem um trabalho social! Quero muito ir visitar!!!!!
Enfim, fiquei feliz tbm que duas pessoas falaram q agora podem fazer acupuntura novamente porque não cobramos um valor fixo. Porque antes lá no Rio Pequeno era 5 reais e depois q aumentou e eles perderam o emprego não deu mais pra ir. E pensei, que maravilhoso que muita gente deu grana pra gente estar aqui! Se vc deu grana ou divulgou nosso financiamento, obrigada de novo <3

Arrecadamos 19 reais no ambulatório #22.

Que projeto é esse?

Bem-vindos!

Olá, Esse é um blog, um caderno público e virtual, onde pretendo registrar as atividades realizadas no ambulatório de acupuntura do Centro...